quinta-feira, 2 de julho de 2009

Membro de ASSECO participa de encontro sobre a gestão da água

A mulher sempre esteve diretamente envolvida com o uso da água, porém ainda não participa de forma efetiva da gestão dos recursos hídricos no Brasil. Nas localidades rurais da Zona da Mata, atendidas pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Zona da Mata de Pernambuco (PROMATA), essa realidade está sendo modificada aos poucos.

Com o projeto de saneamento rural, o Programa leva a 42 localidades rurais, de 33 municípios região, um sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário que deve ser gerido pelos próprios beneficiários, por meio das Associações de Serviços Comunitários.

Nestas associações, a presença da mulher é marcante. “Muitas mulheres da comunidade pagam a água escondidas do marido. A gente sabe o quanto é importante ter água boa em casa pra cozinhar, lavar”, explica Maria Guiomar da Silva, moradora da comunidade de Trigueiros (Vicência, Mata Norte), uma das primeiras beneficiadas pelo PROMATA.

Para discutir essas questões, a Gender and Water Alliance (GWA) em parceria com a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH/PE), Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e outras organizações, realizaram em julho a Oficina de Capacitação de Multiplicadores para a Comunidade Lusófona, no Recife. O principal objetivo foi formar multiplicadores na comunidade lusófona – que fala a língua portuguesa – que incentivem a incorporação do gênero feminino na gestão das águas.

Valdenice Euvina da Silva participou da oficina representando as Assecos. “A minha participação foi importante, pois aqui encontrei soluções para alguns problemas me baseando nas experiências de outras regiões”, explicou Valdenice.

Na programação, ciclos de palestras que destacavam o papel da mulher na gestão da água e discutiam a questão do gênero associada a assuntos como: consumo doméstico e saneamento, sociedades tradicionais, agricultura, educação e saúde. Após cada ciclo, foram realizadas oficinas articuladas entre os temas discutidos, nas quais cada participante podia compartilhar suas experiências sobre o uso da água.

O encontro resultou na elaboração de um manual sobre a incorporação de gênero na gestão de recursos hídricos. O evento contou ainda com participantes de Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Guiné Bissau e Moçambique.

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