quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Zona da Mata permite cultivo de novas variedades de cana e pastagem

Estudos realizados pela Estação Experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) em Itambé, na Zona da Mata Setentrional do Estado, revelam que as variedades RB-863129, RB-867515 e RB-92579 de cana-de-açúcar e as Braquiárias Decumbens e humidícola, além de três variedades de Capim Elefante, tiveram alta adaptabilidade as condições edafoclimáticas (clima e solo) da Zona da Mata Pernambucana. Esse trabalho de melhoramento genético é resultado de uma parceria entre IPA, UFRPE e Rede Interuniversitária para o desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa).

De acordo com o gerente da Estação Experimental, Aluízio Low, a proposta é realizar as pesquisas e, assim, estimular o crescimento do setor sucroalcooleiro local, no caso da Cana. Segundo Low, a intenção é, também, democratizar não só as variedades disponíveis, através do trabalho de Extensão Rural do Instituto, mas também socializar as informações referentes às formas de manufaturamento para a agroindústria.

O trabalho conjunto entre as três instituições vem possibilitando a análise de 200 variedades de Cana. Dentre essas, as variedades RB-863129, tolerante à seca, com alto teor de sacarose e produção agrícola, maturação precoce e período útil de industrialização longo, e RB-92579, que possui elevado índice de colheita manual crua, além da RB-867515, recomendada para ser plantada no verão, em virtude do seu florescimento alto e baixa exigência à fertilidade do solo, foram as que mais de destacaram. Segundo o pesquisador Eric Carvalho as cultivares podem ser plantadas no Litoral e na Mata Norte de Pernambuco.

Com relação aos pastos, as Braquiárias Decumbens e humidícola, quando bem adubadas, podem proporcionar a formação de pastagem que reúnem boas qualidades, chegando, por exemplo, no período de chuva, a suprir totalmente a carga protéica necessária pelas vacas mestiças Girolando. De acordo com o pesquisador em pastagens do IPA, Erinaldo Freitas, no “período de estiagem é recomendado que além do pasto, os animais recebam um suplemento com Cana-de-açúcar enriquecido com sulfato de amônio e uréia”.

O Capim Elefante é outra forrageira que vem sendo avaliada, através das pesquisas de melhoramento genético. Freitas explica que as cultivares Venezuela, IRI-381 e Híbrido Hexaplóide reúnem boas condições de adaptabilidade à Zona da Mata. Enquanto a primeira pode ser empregada para formação de pastagem, as duas últimas podem ser utilizadas para o corte, sob forma de capineira (capim fornecido para o animal no cocho, após o corte).

“Dessa forma, a nossa intenção é contribuir para a diversificação da cadeia produtiva na Mata Pernambucana e fortalecer a pecuária no Estado”, finaliza o pesquisador.

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