
Chovia muito quando Cosme, Otávio Júnior, Edson e Romário se preparavam para participar de uma partida comemorativa do time de futebol do distrito, quando o raio caiu na manhã do domingo passado. Inicialmente, os quatro seriam velados na sede da associação de Belo Oriente, mas as famílias resolveram levar os caixões para as próprias casas.
O primeiro corpo a chegar em Belo oriente foi o de Cosme. A mãe do adolescente, Neide Maria de Oliveira, e a irmã, dele Josicleide Maria de Oliveira, passaram mal assim que o caixão foi aberto na sala de casa. Elas tiveram queda de pressão e foram socorridas por uma ambulância da Secretaria de Saúde de Tracunhaém. Mesmo depois de medicada, a mãe do garoto não conseguia ficar de pé. Precisou ser amparada pelos parentes.
Chorando muito, ela falava o tempo todo que queria o filho de volta. Cosme era criado pelos avós maternos, que pareciam estar mais conformados por acreditar que a morte do neto veio do céu. Inconsolados também estavam os familiares de Romário Medeiros Maciel, 14. A mãe, Adenilza Justina, 34, teve que ser medicada com tranquilizantes.
Na casa de Otávio Júnior, o clima também era de desolação. Parentes e amigos se
acotovelavam na janela e na entrada da casa para ver de perto o corpo do adolescente dentro do caixão, exposto na pequena sala. Dos quatro adolescentes, Otávio Júnior foi o que sofreu maior impacto com a descarga elétrica. O corpo do adolescente teve queimaduras por todo o corpo, pernas e braços e a roupa que ele usava ficou carbonizada. "Pedi muito para ele não ir, mas ele não me atendeu", disse a dona de casa Marlene Bezerra, agarrada ao caixão do filho. O corpo de Edson José de Freitas, 14, também foi velado na casa dos pais.
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