
O parlamentar lembrou que, no início deste mês, uma das comportas da barragem apresentou problemas e ficou parcialmente aberta por oito dias, liberando um volume excessivo de água e prejudicando os moradores da Região, sobretudo aqueles que sobrevivem da pesca.
Marcelo Asfora, representante da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, lembrou que a Barragem do Carpina foi construída na década de setenta e tinha o objetivo inicial de conter as enchentes do Grande Recife. Com o tempo, a barragem também passou a contribuir com o abastecimento de água das cidades de Glória do Goitá, Feira Nova e da própria capital do Estado. O local pode armazenar até duzentos e setenta milhões de metros cúbicos de água, mas, atualmente, trabalha com apenas cinquenta e cinco milhões de metros cúbicos.
Segundo Asfora, o vazamento em uma das comportas foi detectado quando técnicos da Secretaria de Recursos Hídricos, Compesa e Defesa Civil realizavam testes na barragem. O procedimento é feito rotineiramente às vésperas do inverno para evitar problemas durante o período de chuvas.
Marcelo Asfora declarou que todas as decisões sobre a barragem são tomadas em conjunto pelos membros do Comitê da Bacia do Rio Capibaribe. De acordo com ele, a criação de um Conselho Gestor da Barragem do Carpina pode aproximar a população do debate sobre a utilização do sistema.
Apesar da interferência do Estado, o funcionamento da Barragem do Carpina é de responsabilidade do Governo Federal, por meio do Ministério da Integração Nacional. A informação foi dada por Tereza Monteiro, da Coordenadoria Estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
O deputado Antônio Moraes destacou que cerca de dois mil pescadores dependem das águas da Barragem do Carpina para sobreviver. Para o parlamentar, a indefinição sobre a responsabilidade de manutenção do local precisa ser resolvida entre o Estado e a União. Já a deputada Terezinha Nunes, do PSDB, defendeu que o conselho gestor da barragem seja criado com a participação ampla dos prefeitos, pescadores e de organizações da sociedade civil que atuam na Região.
A audiência também contou com a presença de representantes da Compesa e da CPRH, além de associações de pescadores e de prefeitos das cidades atendidas pela Barragem do Carpina.
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