Vingança. Para a polícia civil, essa foi a motivação para o assassinato do advogado e vice-presidente do PT Manuel Mattos, executado na noite do último sábado. O sargento reformado da Polícia Militar da Paraíba Inácio Flávio Pereira teria contratado dois matadores de aluguel para a execução, segundo a polícia, porque Manoel Mattos teria denunciado o PM à CPI da Pistolagem, que apurou crimes de extermínio na Zona da Mata. Os matadores já foram identificados pela polícia, mas ainda estão foragidos.
O PM apontado como mandante nega que tenha ameaçado o advogado ou contratado pistoleiros para matá-lo. Após ter sido denunciado por Manoel, Inácio passou cerca de cinco anos preso e depois foi posto em liberdade. Segundo a polícia, testemunhas da cidade de Itambé, onde o petista morava, afirmaram que o PM ameaçava a vítima.
As informações acima foram divulgadas durante entrevista coletiva na Secretaria de Defesa Social da Paraíba, em João Pessoa. “A polícia chegou até o militar após identificar o dono da arma. Cláudio Roberto Borges, que também está preso. Ele confessou que emprestou a arma ao suspeito de ser mandante do crime”, explicou a delegada Ane Karoline Carneiro, que auxilia o delegado paraibano Walter Brandão, que preside o inquérito.
Além das polícias civis de Pernambuco e da Paraíba, dois delegados da Polícia Federal estão dando suporte ao caso. O deputado Federal Fernando Ferro, de quem Manoel foi assessor, foi hoje até o Palácio do Planalto para tentar fazer uma exposição do caso durante reunião do presidente Lula com governadores do Norte e Nordeste, inclusive Eduardo Campos. À tarde o parlamentar irá se reunir com o ministro da Justiça, Tarso Genro, para pedir a federalização do crime, ou seja, que as investigações do crime fiquem a cargo de um delegado federal e seja julgado pela Justiça Federal.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também pede a federalização do caso. Nesta tarde, o presidente da instituição, Jayme Asfora, se reúne com líderes de entidades ligadas à área de Direitos Humanos em Pernambuco para anunciar a solicitação oficial de deslocamento de competência das investigações do assassinato do advogado. O pedido oficial será encaminhado à Procuradoria Geral da República.
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