quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Chuvas intensas poderão ocorrer em Pernambuco no próximo trimestre

Nos próximos três meses, os totais pluviométricos no Estado poderão chegar à categoria normal e acima da média histórica com alta variabilidade temporal e espacial na distribuição dos índices. Também a possibilidade de ocorrência de chuvas intensas neste período. A previsão foi realizada na reunião de Análise e Previsão Climáticas para o Nordeste do Brasil na Fundação Cearense de Meteorologia (Funcene), na última sexta-feira (23). O encontro reuniu técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; centros estaduais de meteorologia do Brasil e pesquisadores americanos.

“O atual prognóstico deverá ser atualizado em fevereiro, devido à alta variabilidade das anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) sobre o oceano Atlântico Tropical, nos próximos meses”, afirma a coordenadora do Laboratório de Meteorologia (Lamepe) do Instituto de Tecnologia do Estado (Itep/OS), Francis Lacerda. Ela ressalta que embora haja o monitoramento contínuo das condições oceânicas e atmosféricas, o acompanhamento das previsões de tempo devem ser realizadas, diariamente no Lamepe.

Dezembro - O mês de dezembro de 2008, no Estado, foi caracterizado pela alta variabilidade temporal e espacial na distribuição pluviométrica. Francis informa que pancadas de chuvas expressivas foram observadas em praticamente, todas as microrregiões do Sertão pernambucano. “Já no Agreste, os totais acumulados foram predominantemente abaixo da média histórica”, diz Francis. Ela destaca que áreas isoladas nas microrregiões do Vale do Ipojuca e Garanhuns apresentaram índices pluviométricos significativas, por exemplo, Belo Jardim (83,0mm), Brejão (50,0mm) e Garanhuns (43,0mm). Na Zona da Mata, os totais pluviométricos acumulados ficaram abaixo da média histórica com desvios negativos que oscilaram em torno de 30% a 85%.

Aspectos Globais - No Oceano Pacífico Equatorial, as Temperaturas da Superfície do Mar (TSMs) estiveram mais baixas que a média, caracterizando o fenômeno La Nina. As condições do Oceano Atlântico Intertropical apresentam um quadro de dipolo, com temperaturas acima do normal na porção norte e em torno da normal no Atlântico Sul. Esse padrão de anomalias é desfavorável a uma boa atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Entretanto, mudanças nas anomalias de TSM observadas nos últimos dois meses, indicam uma tendência favorável a um padrão de dipolo positivo e que venha favorecer a uma boa atuação da ZCIT, a partir de fevereiro.

Resultados dos modelos de previsão de TSM indicam permanência do fenômeno La Niña durante o primeiro semestre de 2009. “Neste contexto o relativo consenso entre os modelos de previsão e as atuais condições atmosféricas e oceânicas, levando em conta, também, as incertezas relativas à evolução das TSMs nos próximos meses. Os resultados do encontro na Fundação Cearense de Meteorologia (Funcene) adotaram a seguinte distribuição de probabilidades de chuvas: 35% acima da média, 40% em torno normal e 25% abaixo da média histórica”, relata Francis.

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