terça-feira, 6 de outubro de 2009

Criança continua desaparecida em Timbaúba



Márcia Cláudia dos Santos, de 43 anos, já vive uma espera de quatro dias. A quantidade pode parecer pouca, mas não quando se trata de uma mãe que aguarda a volta do filho desaparecido. Com a preocupação do que colocaria à mesa, a dona de casa foi até o açude Espinho Preto, na última sexta-feira, para colher fava. O local fica a quase 20 quilômetros da residência dela que é no distrito de Sapucaia, a cinco quilômetros de Timbaúba, Mata Norte do Estado. Como não tinha com quem deixar cinco dos seus seis filhos, levou todos para a colheita e, em poucos segundos, percebeu que o pequeno Jackson Francisco Régis da Silva, de apenas dois anos, não estava mais por perto.

“A princípio achei que ele havia caído no açude, mas depois comecei a juntar as coisas que haviam acontecido”. Enquanto estavam em volta do açude, a dona de casa percebeu que um senhor, com aparência de 50 anos, havia passado perto da localidade perguntando detalhes sobre a família. “Tive que mentir. Cheguei perto dele e disse que meu marido estava por perto e que logo voltaria. Disse isso porque fiquei desconfiada que ele poderia fazer algum mal a minha família”. O marido de Márcia, que não é o pai da criança desaparecida, na verdade, morreu há quase seis anos. O pequeno Niningue, como é carinhosamente chamado pela família, estava brincando com os irmãos. Duas meninas, uma de cinco e outra de oito anos, e dois meninos, um de 11 e outro de quatro anos. Este último, que é portador de doença mental, foi o único a afirmar que o menino foi levado “por um senhor montado num cavalo”, de acordo com palavras dele.

O pai de Niningue, José Francisco Régis, de 35 anos, disse que já procurou o garoto por toda parte. “Já andei por toda mata e nenhum sinal dele”, afirmou. A única incansável é a mãe do menino que vai e volta do local onde tudo aconteceu o tempo todo. “Quero meu filho de volta. Ninguém sabe ou vai entender minha dor”. Na mesma sexta-feira, dia em que aconteceu o sumiço, o Corpo de Bombeiros foi acionado e realizou buscas pelo local, juntamente com policiais do 2º Batalhão da Polícia Militar, não encontrando nenhuma pista do garoto. Após a notificação de que o caso poderia se tratar de um rapto mediante extorsão, já que chegaram a ligar para Márcia, pedindo R$ 2 mil pela criança, o caso foi encaminhado para a Delegacia de Timbaúba e as buscas suspensas.

INVESTIGAÇÕES

Segundo a delegada Ana Carolina Guerra Pereira, que foi designidada para acompanhar o caso, estão sendo realizadas as diligências preliminares para ver, exatamente, do que se trata. “Vamos ouvir os depoimentos e dar continuidade às investigações. Acredito que amanhã (hoje) teremos maiores novidades”, afirmou Ana Carolina. Rapto ou não, a mãe do menino tem recebido diversas ligações de pessoas informando onde o garoto pode estar, mas em nenhuma delas o paradeiro informado estava correto. “Já perdi a conta de quantas vezes fui até lugares que as pessoas dizem que meu filho pode estar. Não importa o que digam, eu vou acreditar e fazer o que pedirem porque eu quero meu filho de volta. Já não aguento mais nenhuma noite, só quero ele (Jackson) nos meus braços de novo”, lamentou.

Até o fechamento desta edição, uma pessoa foi detida como suspeita. Segundo agentes da Delegacia de Timbaúba, a identidade do senhor, que aparenta 50 anos, será preservada para não prejudicar as investigações. De acordo com depoimento de uma testemunha, o homem teria comentado pela cidade que o garoto está bem e segundo informações não oficiais, Márcia estaria devendo a ele R$ 60. De acordo com o Disque-Denúncia, no Estado existem 11 pessoas desaparecidas. Em 2008 foram 12, que ainda não foram encontradas.

Serviço

Disque-Denúncia - (81) 3421-9595

Delegacia de Timbaúba - (81) 3631-5237

Nenhum comentário:

Postar um comentário